quarta-feira, 31 de julho de 2013

Arquitetando e modelando

Essa semana, devido ao ultimo post que eu fiz, "Enxugando os sonhos", acabei revivendo um sonho antigo que eu tinha.
Eu me formei recentemente em arquitetura, não foi uma escolha precipitada, mas não era a minha preferência na época.
Lembro que assim que me formei no ensino médio, em 2006, meu desejo era fazer Moda. Sim, MODA!
Prestei prova para a Faculdade Paulista de Artes (era a mais acessível financeiramente na época, e eu simpatizei pelo lugar). Passei (óbvio, porque a prova era ridícula), mas meus pais não tinham condições de bancar, muito menos eu que trabalhava em um escritório em Cotia na época e recebia um salário mínimo. Lembro como fiquei triste e perdida na época, pois eu queria muito.
Então resolvi fazer aquilo que todos os indecisos e perdidos fazem, um cursinho.
Eu morria de vergonha em dizer aos meus colegas do cursinho que eu queria fazer moda, enquanto que todos que estavam lá tinham objetivos como Física, Letras, Geografia, Medicina. No meio disso tudo Moda parecia algo tão fútil e mesquinho, era um desejo reprimido.
Os objetivos eram:
1º Lugar: Moda na Belas Artes (conseguir pelo Pro uni)
2º Lugar: Jornalismo na Casper Líbero (doce sonho)
3º Lugar: Arquitetura no Mackenzie (haha)
E o que eu consegui com a minha nota do Enem foi Arquitetura na São Judas.
Não digo que me arrependo. Arquitetura também é uma das minhas paixões. Eu conheci e fiz coisas incríveis nesses 5 anos, mas sempre senti que ainda faltava algo.
Quando estou em livrarias, eu primeiramente procuro livros de moda e fotografia (especificamente fotografia de pessoas), em segundo lugar eu procuro os de arquitetura.
Nas horas de ócio eu pesquiso sobre moda (não me agrada apenas a moda que eu possa usar, mas todas as tendências).
Sempre me chamam a atenção os materiais relacionados a imagens de pessoas. Quando eu vejo um conjunto artístico que envolve pessoas e produção de figurinos ou cenários eu me entrego completamente.
Sou fielmente apaixonada por desenho de moda. Lembro que as aulas que eu mais gostei na faculdade foram as de desenho de observação de pessoas, acho até que foi o momento que eu mais me diverti durante os anos de arquitetura.
Minha amiga e ex-colega da faculdade, a Ana Gritti, também é um tanto "perdida" e sonhadora que nem eu. Ela me aconselhou a fazer cursos de curta duração relacionados a moda, pra ver se é isso mesmo, e me indicou a Faculdade Panamericana de Artes. Achei uma ideia de gênio!
Fui pesquisar no site e encontrei essa cartela de cursos em diversas áreas: http://www.escola-panamericana.com.br/escola/cursos/cursos_interna.php?cat_curso=1
Aconselho pra quem ainda precisa se encontrar em algum campo das artes, como eu. O que me interessou foi o curso de Desenho de Moda, mas o horário é péssimo para quem trabalha (das 14h às 17h).
Mas encontrei um que pode ser a mão na chave: Moda para principiantes (nem preciso explicar, rs).
Enfim, tudo isso parece loucura, até porque foi uma vontade que ressurgiu de uma vez nessa semana. Eu deveria mesmo era investir todo o meu dinheiro com uma pós ou um mestrado em arquitetura. Mas me imagino com prazer fazendo Moda, e a ideia não é buscar isso?
Como diria meu amigo Thymon: "Ellen, tem que parar de tentar sobreviver e pensar em como viver feliz".
Creio que a moda possui uma liberdade artística muito maior do que a arquitetura, e é disso que eu sinto falta. Posso estar equivocada, mas quando eu estiver estudando a respeito aviso vocês.
É possível criar um paralelo entre o universo da arquitetura e da moda. Os 2 buscam através da sua arte a estética, praticidade e ergonomia, certo? O projeto ou o produto tem sempre como base a tendência. Ambos avaliam a cultura, o clima, o público alvo, a economia, a história, o entorno, as texturas e materiais, as cores e, principalmente, a geometria.
A moda se expressa individualmente, a arquitetura coletivamente. A moda é um elemento urbano primordial para a paisagem de uma cidade, pois os edifícios e as ruas não seriam nada sem as pessoas, e as pessoas não seriam nada sem um cenário.








"Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível,
criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva
que encontro nas montanhas do meu país. No curso sinuoso dos
seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De
curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein"

                                                                                        (Titio Oscar)

domingo, 28 de julho de 2013

Enxugando os sonhos

É engraçado como a nossa ingenuidade possui um início, meio e fim...e os nossos sonhos vão juntos.
Quando somos crianças estamos construindo nossa personalidade baseada em gostos e na nossa criação. É aí que definimos nossos melhores programas de tv, se prefiro a Xuxa ou o Trem da Alegria, se prefiro Sailor Moon ou Caverna do dragão, se prefiro Prince of Pérsia ou Mario Word, se prefiro pular corda na rua ou andar de patins (olá pra criança dos anos 90), se prefiro amigos de certa idade e com determinados brinquedos. A partir daí a criança cria uma ampla cartela de gostos, atividades e pessoas, sem atribuir muitos preconceitos devido a sua ingenuidade.
Quando somos adolescentes queremos abraçar o mundo. Nosso ciclo de amizades é sempre muito maior nessa época, desenvolvemos o nosso gosto musical que por ser vasto agrega muita porcaria, não somos muito exigentes com o sexo oposto, e começamos a buscar uma profissão perfeita q muda a cada 3 meses. Somos limitados por sermos menores de idade mas livres para sonhar.
Na fase adulta fazemos uma enxugada de toda essa história.
Enxugamos o ciclo de amizades, enxugamos as musicas, enxugamos os filmes e quase nem sobram os desenhos, enxugamos nossa liberdade de sonhar. Irônico, pois na época que poderíamos ser utópicos por termos as ferramentas necessárias, preferimos criar limites, regras e padrões. Aquela música clichê "A Lista" do Oswaldo Montenegro faz todo o sentido, e todos se identificam com ela depois dos 20 anos de idade.
Ao invés de sermos astronautas nos tornamos administradores de empresa. Ao invés de colecionarmos figurinhas do Rei Lão colecionamos cupons de cartão de crédito em nossas carteiras de couro falso. Ao invés de esperarmos ansiosamente pelos desenhos da manchete, esperamos ansiosamente pelo dia de pagamento miserável. Parece que quando viramos adultos nossos objetivos mais simples são muito mais fúteis e superficiais.
Quem está certo ou quem está errado? A criança/adolescente que sonha e deseja sem limites e pudores, ou o adulto "enxugado", baseado numa filosofia de vida que talvez nem exista? Acho que ninguém está errado. O problema é que a ordem dos fatores alterou o produto.

"Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar..."

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Evoluindo na bicicleta sem rodinhas

Na aula de hoje vamos aprender a como sair do fundo do posso e evoluir através dos 10 passos:

1º passo: É necessário que um fato muito dramático, sinistro e triste lhe ocorra. Suicídio, abandono e solidão são sentimentos chaves que irão te fazer pedir socorro (garotas, não confundam com TPM!).
2º passo: Peça socorro! Mas tome cuidado a quem deva pedir. Existem muitos médicos pilantras loucos pra te darem uma anestesia e te doparem, como se a vida fosse bela nos sonhos. Amigos verdadeiros e pacientes são bem vindos. Pedir socorro é valido também pra vc mesmo(a), converse com vc, se de muitos tapas e socos na cara, arranque seus cabelos, morda as suas unhas, mas atenção! Não faça isso na frente dos outros, pode soar estranho. E cuidado com o peso!
3º passo: Após ter se massacrado, ficado roxo(a) e calvo ou grisalho, perder ou ganhar alguns 5 kg, e ferrar com a paciência de seus próximos com as suas "tragédias", recorra e soluções alternativas, tais como terapia e/ou religião/filosofia. Vc é uma pessoa cética? hahahaha...meu caro, vai ter que deixar de ser a partir desse momento, sinto muito, do contrário vc estará mega fodido nessa vida.
4º passo: Faça tudo o que vc sempre quis e achou que jamais seria capaz de fazer. Pratique, critique, pense, não pense, cante, dance, lute, beije, ame, grite, transe, coma, bata, enfim, se desafie. Não tem coragem? Acha que não consegue? Meu bem, quando estamos no fundo do poço a gente sente medo do escuro ou de nunca mais conseguir subir dele? Ja ta na merda mesmo então joga tudo pro alto e arrisque! Nada é impossível, vc que cria e destrói os seus próprios limites.
5º Passo: Aprenda a andar de bicicleta sem rodinhas.
6º passo: Não seja modesto, nem com as suas qualidades e nem com os seus defeitos. Vc é um grande merda de bosta, e não um pequeno sapequinha malandro. Vc é uma diva, inteligente e incrível na cama, e não uma boa moça supimpa. Pessoas neutras cansam. Ficar em cima do muro dói o bumbum.
7º passo: Não seja a vítima nem dos outros, nem de vc mesmo(a) e nem da vida. A não ser que vc lute Kung Fu.
8º passo. No meio desta etapa, terão momentos que vc irá perder o rumo e voltar na estaca zero do status loser. Quando isso ocorrer, levante da cama (sim, pare de chorar e levanta dessa porra q vc não é um bebezão!), vista uma roupa e tênis confortáveis e vá fazer uma caminhada ou, para aqueles q gostam como eu, uma corrida. Volte para a sua casa, pegue seus animais de estimação (válido para cachorros, gatos, porquinhos da índia, etc...menos para os peixes...peixe não rola) e se suje com eles. Deixem q eles babem em vc, te mordam com amor, te deem patadas, te sujem inteirinho (sem sujeira e machucados não tem a menor graça). Animais te curam das moléstias mentais e reconhecem apenas as sua qualidades, nunca os seus defeitos, e fazem isso esperando apenas um osso de frango ou um ratinho a milanesa em troca. Não tem um animal? Sugiro que procure por um.
9º passo: Largue mão dos seus preconceitos. Existem coisas que fazem bem pra todo mundo, que a maioria busca, a maioria gosta, e isso não é atoa. Os clichês são clichês pq funcionam.
10º Passo e o mais dificil e a longo prazo: Enfrente os seus demônios. É o item mais curto da lista em questão de estrutura de frase, mas o mais complexo de todos, o mais demorado e mais doloroso. Estima-se que a cada 20 pessoas, 19 guardam seus demoninhos de estimação dentro do armário. Pesquisas revelam que o tempo é indeterminado, pode-se levar 1 ano, 5 anos, 10 anos, 20 anos ou a vida inteira, mas que é possível diminuir o tempo se descoberto e tratado mais cedo.
Na aula de hoje, de ontem e de amanhã, aprendemos e vamos aprender que viver é para poucos.